Jornal de Notícias 24/5/99  
«Robots» futebolistas destacam-se em França
Equipa do pólo de Guimarães venceu no festival de Ciência

Os «robots» futebolistas, que o departamento de Electrónica Industrial da Universidade do Minho construiu, voltaram a destacar-se em provas internacionais. Desta feita, a equipa vimaranense venceu o torneio da 6a edição do festival internacional de Ciência e Tecnologia, realizado na cidade francesa de Bourges e destinado a «robots» futebolistas.

Três jogos bastaram para que a equipa da UM se sagrasse campeã, mas o grande desafio está agendado para finais do mês de Julho, no campeonato mundial de futebol robótico que se realiza em Estocolmo, no «RoboCup 99».

Na competição de Bourges, os «robots» lusos obtiveram resultados positivos, apesar de uma das três vitórias ter sido alcançado devido à falta de comparência do adversário. Seja como for, a equipa alinhou com o equipamento do Vitória de Guimaraes que, mais uma vez levou o nome bem longe, conquistando uma taça sempre cobiçada. Rezam as crónicas que a exibição foi de tal forma conseguido que já há outros clubes portugueses interessados na contratarão dos «robots» internacionais...

No festival realizado em Bourges, a delegação portuguesa contou com mais duas presenças, razão pela qual o português foi a segunda língua mais falada no certame, logo após o francês, naturalmente.

Na delegação lusa, além da representação da UM, contavam-se as presenças das equipas da Universidade de Aveiro e do Instituto Superior Técnico que também obtiveram classificações positivas.

Assim, na classe monotipo, o «Zeqiub» da Universidade de Aveiro conseguiu o 30 lugar que também foi distinguido com o prêmio especial do júri. O «Camões», da UM ficou em SO, entre 14 equipas, após vários problemas no «hardware».

Na classe livre, o «robot» «IQ99», do Instituto Superior Técnico recebeu o prêmio especial do júri, tal como os futebolistas da UM.

Esta competição destinou-se a «robots» móveis, destacando-se as modalidades estilo livre, monotipo, aranhas e futebolistas, sendo os engenhos totalmente construidos e programados por alunos universitários ou de pós-graduação.

Mais uma vez, a equipa da UM foi liderada pelo professor Fernando Ribeiro, assistido pelos recém-formados Ilídio Costa e Carlos Machado, contando com a colaboração de quatro alunos do quarto ano de engenharia electrónica industrial.

Apesar do apoio conseguido junto de algumas empresas vimaranenses, do conselho de cursos da escola de engenharia e da Câmara de Guimarães, foram grandes as dificuldades dos elementos lusos em conseguir o montante necessário para a deslocarão.

De resto, a falta de apoios, ínstitucionais até, inviabilizou a realização do certame em Guimarães, quando os elementos do departamento de engenharia electrónica já haviam conseguido a delegação de competências dos promotores do festival.

Para Fernando Ribeiro, «foi uma participação de elevado mérito para as equipas que mais uma vez prestigiaram as capacidades técnicas dos alunos de engenharia». O evento contou com a presença de muito público e o acompanhamento de diversos orgãos de comunicação social.

Pedro Vila-Chã