Robôs Campeões
Equipas portuguesas premiadas em competição internacional
A Universidade do Minho, a Universidade de Aveiro e o Instituto Superior
Técnico, de Lisboa, voltaram a estar presentes em França com as suas
equipas de robótica no Festival Internacional de Ciência e Tecnologia,
que este ano decorreu em Bourges, no princípio do mês. Mais uma vez,
deram a Portugal motivos de orgulho. Cada uma na sua especialidade
recebeu, além das competições, o galardão de Melhor Trabalho Científico,
o que, para equipas quase sem apoio, diz bem da qualidade dos neurónios
lusitanos. A equipa do Minho ganhou o torneio de futebol, com os seus
robôs imparáveis e a diminarem o campo graças à técnica dos espelhos.
Não será essa a linguagem habitual do futebol, mas explicamos já!
Nestes encontros internacionais, há competições de robôs, e estas três
equipas portuguesas têm tido presença assídua, embora já se note que cada
uma delas tem o seu ponto forte. Há provas de robôs monotipo, livre e
de futebol. Os monotipo, obedecendo a regras próprias de construção,
pertencem a uma cuja prova é conseguir fazer um percurso até ao fim
evitando obstáculos ou tocando em certos locais marcados - atletismo,
digamos. Os livres fazem o mesmo, mas a construção de robôs não obedece
a regras. Os robôs de futebol têm de fazer isso mesmo - jogar, e contra
outra equipa. Isto é, agarrar na bola, metê-la numa baliza, evitar
adversários ou tirar-lhes o esférico se for preciso.
Visão de jogo
A equipa do Minho tem uns futebolistas especialmente bons, dado terem
descoberto uma técnica diferente: a aplicação de um espelho nos robôs
permite uma maior visão do campo, feita apenas por uma câmara aplicada
no centro da "testa" do jogador. O Técnico, com o seu atleta olímpico
no estilo livro, conseguiu um segundo lugar nesta modalidade. A
Universidade de Aveiro, na classe monotipo, ficou em terceiro lugar.
Todas as equipas entraram em todas as modalidades. Para além das
competições, o júri atribuiu prémios aos robôs pela qualidade científica
que revelava a sua construção e "performance". Ora, de novos os
portugueses brilharam. O Minho recebeu o prémio de melhores robôs
futebolistas, o Técnico o prémio equivalente para os monotipos e
Aveiro idem aspas para os robôs livres. Fernando Ribeiro, professor
de Robótica na Universidade do Minho e "treinador" da equipa, explicou
a O Independente que estes prémios foram muito importantes para os
portugueses. "Todos temos falta de mios, não temos o equipamento ideal,
mas mesmo assim conseguimos ser os melhores na parte de criação
científica. É um grande orgulho." Fernando Ribeiro disse ainda que todas
as equipas portuguesas se apoiaram mutamente. "Foi o máximo, todos juntos
na bancada a cantar" - relatou.
No festival estavam presentes equipas francesas, obviamente, e também do
Canadá, Rússia, Coreia do Sul e Inglaterra. Especialmente franceses e
coreanos têm equipamentos óptimos. No final de Julho vai realizar-se o
Campeonato Mundial de Futebol de Robôs, em Estocolmo, e a equipa do
Minho tem boas hipóteses. Não tem é dinheiro para ir lá. Alguma ideia?
Paula Joyce
pjoyce@mail.soci.pt