EUA e Alemanha vencem Campeonato Mundial de Futebol Robótico
Portugal conquista terceiro lugar
A equipa de robôs futebolistas da Universidade do Porto, os
5DPO, assegurou o terceiro lugar na Liga de Robôs Pequenos
do RoboCup'98 - Campeonato Mundial de Futebol Robótico, que
terminou ontem em Paris, na Cité des Sciences et de l'Industrie
(em La Villette). Os cinco mini-robôs do Departamento de
Engenharia Electrotécnica da Faculdade de Engenharia do Porto
(FEUP) venceram por 1-0 o quarto classificado, os britânicos
da Universidade de Cambridge.
A outra equipa portuguesa no RoboCup, a IsocRob, do Instituto
de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico (IST),
conseguiu classificar-se para os quartos de final da Liga de
Robôs Médios, mas acabou por perder nessa fase do campeonato,
contra a equipa alemã de Tübingen.
Os campeões da Liga de Robôs Médios 1998 são os alemães da
CS Freiburg, da Institut für Informatik da Alberts-Ludwigs-Universität,
que vecenram ontem na final, por 2-0, os seus compatriotas de
Tübingen. Segundo Pedro Lima, professor do IST e um dos
"treinadores" da ISocRob, os robôs da CS Freiburg foram
"excelentes" e a sua vitória foi mais que natural.
Na Liga dos Robôs Pequenos, os campeões de 1997 - a CM United,
equipa norte-americana "treinada" pela portugesa Manuela Veloso,
investigadora na Universidade de Carnegie Mellon (EUA) -
asseguraram novamente o título, batendo na final os australianos
da Roboroos. Os portugueses tinham poucos motivos para
apoiar a equipa australiana, da Universidade de Queensland,
já que foram eliminados por ela na meia-final por 2-1.
Esse foi, aliás, o único jogo que a 5DPO não ganhou. Apesar
de não ter conseguido chegar à final, a equipa da FEUP portou-se
muito bem, estreando-se com uma goleada de 7-0 aos jogadores
da IXS Research. Logo a seguir, venceu por 2-0 os bi-campeões
da CM United que, por terem conseguido pontos suficientes
no grupo, acabaram por passar à fase seguinte e vencer o
campeonato. Nos quartos de final, os mini-robôs do Porto
impuseram nova goleada (8-0), dessa vez aos japoneses da
J-Star.
Os robôs médios do Técnico do Técnico também tiveram uma
boa prestação, não perdendo um único jogo. Frente à equipa
da Universidade de Osaka (Japão) - os campeões de 1997 na
Liga dos Robôs Médios -, a ISocRob conseguiu um empate a
zeros. Para Pedro Lima, o confronto foi "brilhante", até
porque os portugueses eram três e a equipa japonesa contava
com cinco "jogadores" (o máximo permitido nesta liga). "O
nosso guarda-redes merece uma referência especial, pois
salvou-nos de sofrer um golo no último minuto, na única
jogada de ataque de jeito dos nossos adversários, pelo que
foi saudado vivamente pela audiência."
No jogo seguinte, contra os norte-americanos Ullanta, a
ISocRob voltou a empatar 0-0 - e ainda por cima, um dos
"jogadores" lesionou-se. como as "massagens" dos preparados
físicos, Pedro Aparício e Pinto Ferreira não foram
suficientes, foi preciso ir a Lille, a 20 quilómetros de
Paris, buscar um motor novo, conta Pedro Lima. Só que a
peça sobressalente não chegou a tempo do terceiro jogo,
frente aos ULM Sparrows, da Universidade de Ulm (Alemanha).
Assim, os portugueses tiveram de jogar apenas com dois
robôs, frente aos quatro "jogadores" alemães. Conseguiram
mesmo assim empatar (1-1) e passar honorosamente aos
quatros-de-final. Aí, também não conseguiram mais que
um empate (0-0, com todos os penaltis falhados). Os
adversários, os alemães de Tübingen, acabariam por passar
à meia-final, ao bater a ISocRob numa prova de perícia
adicional.
Rita Hasse Ferreira